QUANDO A LUZ SE APAGA E OS PROBLEMAS SE ACENDEM
Sem ser acusado de blasfêmia, Deus disse: “Faça-se a luz!” — e a luz foi feita. João disse: “Façam-se os problemas!” — e os problemas foram feitos.
Minha querida, eu preferiria ter perdido você para alguém do que tê-la perdido para a vida. Pelo menos, a alegria poderia ser uma constante em sua linda face, e não essa tristeza que hoje é sua companheira — e minha principal rival. Entenda: é impossível ter uma vida plena com um cotidiano dilacerado.
Você me negou o meu maior sonho. Sinceramente, não entendo — e não pretendo descobrir a razão. No início, éramos dois. Hoje, não sei se o “nós” ainda existe. Fui perdendo espaço. Você vaga por várias dimensões onde me dou o direito de não habitar. Vidas paralelas que lhe geram preocupações gestadas em velocidades estonteantes, onipresentes, que nos atormentam e dilaceram a nossa rotina.
Aquela “vidinha sacana”, tantas vezes declamada, hoje faz muita falta. Relações que pareciam sólidas, às vezes, se revelam frágeis como um simples copo de vidro.
Talvez seu lugar não seja mais aqui. Novas frentes de batalha foram abertas. E, como uma valorosa guerreira, sua presença é requerida em vários exércitos. Vá guerrear. Ficarei na retaguarda. Quando estiver ferida ou cansada belicamente, estarei por aqui — para cuidar dos seus ferimentos.
Louvo a sua dedicação, mesmo sabendo que, para todos, é em vão.
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