O PREÇO DA DIGNIDADE: ENTRE MIGALHAS, PROFETAS E POTES DE OURO
Todo ser humano tem seu preço. Tudo depende da situação em questão, do meio no qual está inserido. Mas a imensa maioria se vende por migalhas.
É impressionante como o ser humano se agarra a qualquer possibilidade de alcançar o poder — por mais efêmero que seja — submetendo-se às mais variadas humilhações, apenas visando ganhos materiais. O apego à ideia de autoridade leva a atitudes que beiram o ridículo. Os valores são distorcidos para justificar ações que conduzem ao desejado pote de ouro.
Vivemos em um mundo regido pela ignorância. Quando não se têm argumentos plausíveis, a única alternativa é a intimidação. Quem late mais alto, na maioria das vezes, amedronta.
Observo que isso funciona assustadoramente quando a religião está inserida nesse imbróglio. A ira divina é usada por falsos profetas em toda sua magnitude, com o intuito de impregnar a população ignorante de pseudos pecados — por meio de lavagens cerebrais cirurgicamente planejadas. O grande celeuma que visualizo é que essa ignorância atinge desde a população analfabeta até a dita letrada.
Distanciando-se da esfera espiritual e passeando por outras searas, a cegueira se perpetua. O brasileiro é um povo que já se resignou com sua condição de coitado, que precisa ser amparado por um governo que cumpre o papel de pai malvado e protetor — oferecendo um cobertor esfarrapado ao povo roto, dando assistência com uma mão e retirando com as duas. E, por mais estranho que pareça, é endeusado.
Como um humilde visionário, vislumbro que o Brasil não precisa de um povo culto — mas de um povo indignado.
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