O CREDOR INVISÍVEL: REFLEXÕES DE UM HOMEM EM PENUMBRA
Se existe alguém que possa personificar a imagem do fracasso, afirmo categoricamente: esse cara sou eu. Uma existência jogada no limbo. Como não sou ingrato, agradeço — não sei exatamente a quem — pelas coisas que conquistei e pelos poucos amigos que fiz. Mas o meu grande dilema, fora as pessoas, é que tudo foi pouco para mim. Poderia ter feito muito mais. Não pensando em bens, recompensas econômicas ou algum tipo de reconhecimento. Só queria paz de espírito. E um pouco mais de atitude.
Ninguém pode mensurar o nível de exigência quando o principal credor é você mesmo. Na verdade, a vida já acabou. Estou na antessala, na zona de penumbra, pagando minhas penitências e esperando o encontro com o contador-mestre para o balanço final. Tomara que essa espera também não seja inútil.
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