ENTRE A CRUZ E O PALCO: A IGREJA, O PAPA E OS BASTIDORES DA FÉ


É curioso — e até patético — ouvir o Papa sugerir que os chamados homens santos devem demonstrar votos de pobreza. Essa afirmação parece confirmar que a poderosa Igreja Católica sentiu a perda de fiéis e, por consequência, a diminuição da arrecadação do dízimo.

Uma instituição cuja pedra fundamental nasceu em uma manjedoura e cujos primeiros expoentes eram pescadores e homens do povo não combina com o “samba do crioulo doido” instalado nas cercanias sagradas do Vaticano — terras contaminadas por escândalos envolvendo orgias, desvio de dinheiro, pedofilia, ganância e outros descaminhos mundanos.

A simples eleição de um Papa não apagará séculos de histórias obscuras. A Igreja precisa rasgar e expor suas entranhas e vergonhas. Reconheço a força da figura pop star papal, com seu discurso de união, amor e paz entre os povos — e tal e coisa, coisa e tal — mas a histeria, o endeusamento e a idolatria seguem na contramão dos preceitos cristãos, beirando, em muitos casos, o exibicionismo.

A figura do Papa é benéfica para o mundo: condescendente, despida de vaidades, serena. Embora tenha maior projeção, não deveria ter mais peso do que os líderes espirituais de outras religiões, que defendem basicamente os mesmos valores — apenas não têm o mesmo palco.

O futuro da Igreja depende da atuação de Chico.

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