Postagens

Mostrando postagens de julho, 2013

MECENAS E MARIONETES: A TRAGÉDIA DA IDOLATRIA

Humanoides são seres ridículos, figuras patéticas, dignas de compaixão. São idolatrados em graus variados, que podem ser quantificados conforme as bonanças que proporcionam. Fico a ruminar: qual será o pensamento desses mecenas? Teriam eles noção dessa relação vampiresca? Ou a adoração e bajulação já se tornaram um ópio? Explora-me, pois te mantenho. Só preciso de alguns afagos no meu débil e ignóbil ego. Preciso estar cercado de criaturas dantescas, caricatas, para não enfrentar meus próprios demônios. Faz-me rir — e até fazer chacota de ti — para que eu possa esquecer de mim, em minha pequenez humana

PROTAGONISMO E DESENCANTO: UM MANIFESTO DE AUTONOMIA

Eu não abro mão de ser o ator principal da minha existência. Não consigo conceber a ideia de me abster ou me privar de algo em detrimento de outro ser — independentemente do grau de parentesco. Entendo que nada, repito: nada, pode ser mais importante do que o próprio indivíduo. Lembrem-se: chegamos e partimos sós. Ofereça, eduque, mas nunca esqueça que o ser prioritário é você. Minhas convicções podem ser fruto, em parte, de não ter tido o prazer — ou desprazer — da paternidade. Todavia, com certeza, essa renúncia não faria parte dos meus planos. A visão romântica de que privações e provações engrandecem a alma e ajudam a forjar o caráter do indivíduo só serve para florear e camuflar os pilantras que se aproveitam da boa vontade alheia. Existe um ditado antigo que diz: “Faça a sua parte que Deus está vendo.” Conversa fiada. Se já usaram esse adágio popular para te confortar, pule fora. Alguém está se beneficiando, obtendo vantagem — e, com certeza, é às suas custas. Abra o olho, burro...

ANO NOVO, HIPOCRISIA VELHA

Mais um ano passou e, como sempre, a vida continua a mesma: os mesmos problemas, as mesmas contas, as mesmas ingratidões, a mesma vontade de empalar muitas pessoas — mas, pelas regras da sociedade, somos obrigados a conviver e interagir com elas. Não aguento mais tanta hipocrisia ao meu redor. As pessoas desguarnecidas do vil metal ou que não ocupam alguma posição são usadas descaradamente e, depois, descartadas quando já não têm serventia. Sinceramente, não entendo essa histeria humana em comemorar o “Feliz Ano Novo”. Feliz o quê? Na verdade, tudo parece uma desculpa para cair na esbórnia. Até entendo que possa ser uma forma de anestesiar-se diante dessa zorra toda em que estamos inseridos. Contudo, vamos comemorar, pois é o início de um novo ano para você, pobre mortal, continuar a ser roubado, ludibriado, aviltado, sacaneado, maltratado — e, mesmo assim, gritar a plenos pulmões que é brasileiro, com muito orgulho e muito amor. A maturidade me azedou — no melhor ou no pior sentido da...

O TSE INFORMA

Imagem

HORA DE PEGAR NO BATENTE

Imagem

POR QUÊ? A FRAGILIDADE DO SENTIDO

O sentido na ausência de sentido. O termo “porquê” deveria ser uma prioridade em nossa existência — e, sinceramente, detesto como ele é ignorado ou tratado com superficialidade. A cada último suspiro de um ser humano, me pergunto: qual o sentido das privações, das glórias, das frustrações, das alegrias? Por experiência própria, a sensação de vazio é temporária. As lembranças — boas e más — permanecem. Mas deveria ser concedido ao desencarnado um último pronunciamento. Responda, alma penada: valeu a pena ou não? Por que nascer? Por que crescer? Por que obedecer? Por que entristecer? Por que respirar? Por que alimentar-se? Por que questionar? Por que irar-se? Por que amar? Por que envelhecer? Por quê, por quê, por quê? Se tudo é tão efêmero, volátil, descartável, insosso, descabido, desmedido... são questões muito complexas que, na minha pequenez, ouso responder com três palavras simples: Nascer. Perpetuar. Morrer. E, finalmente, morrer.  

PROFETAS DO DELETE: A ILUSÃO DA AUTOSSUGESTÃO

Uma das experiências mais desagradáveis é ouvir um projeto de profeta que, por meio de seus percalços mundanos, tenta nos impor uma visão limitada da vida. Irmãos, deixemo-nos errar, pecar e, depois, simplesmente apertar a tecla “delete” (perdão) para recomeçar tudo novamente. Não sabia que esse processo de autossugestão era tão fácil.

GENEALOGIA DA INGRATIDÃO

A ingratidão é irmã gêmea da soberba, prima do mau-caratismo, sobrinha da maledicência, tia da canastrice, madrasta do falso testemunho, filha da desfaçatez — e mãe da raça humana.

MIGALHAS E VASSALOS: A CONDIÇÃO HUMANA SUBJUGADA

Não se compra o homem com amizade, mas com sobras de comida — migalhas que caem das mesas mais abastadas e empanturram criaturas bestiais. Figuras, inocentes ou não, que se prestam ao papel de vassalos, à espera da presença do senhor feudal.

ENTRE A CRUZ E O PALCO: A IGREJA, O PAPA E OS BASTIDORES DA FÉ

É curioso — e até patético — ouvir o Papa sugerir que os chamados homens santos devem demonstrar votos de pobreza. Essa afirmação parece confirmar que a poderosa Igreja Católica sentiu a perda de fiéis e, por consequência, a diminuição da arrecadação do dízimo. Uma instituição cuja pedra fundamental nasceu em uma manjedoura e cujos primeiros expoentes eram pescadores e homens do povo não combina com o “samba do crioulo doido” instalado nas cercanias sagradas do Vaticano — terras contaminadas por escândalos envolvendo orgias, desvio de dinheiro, pedofilia, ganância e outros descaminhos mundanos. A simples eleição de um Papa não apagará séculos de histórias obscuras. A Igreja precisa rasgar e expor suas entranhas e vergonhas. Reconheço a força da figura pop star papal, com seu discurso de união, amor e paz entre os povos — e tal e coisa, coisa e tal — mas a histeria, o endeusamento e a idolatria seguem na contramão dos preceitos cristãos, beirando, em muitos casos, o exibicionismo. A fig...

ITATIM - BA

Imagem

LEMBRE-SE

Imagem

CRIAR É CULTIVAR: REFLEXÕES SOBRE FAMÍLIA, COMPETIÇÃO E QUEDAS

A criação de um filho exige uma sabedoria quase divina. Rebentos da mesma prole podem apresentar comportamentos completamente distintos. Mesmo sabendo que cada ser é único, a família tem grande responsabilidade na formação desses pequenos — por vezes — monstros, especialmente quando incentiva a competição nociva entre os próprios pares nesse círculo restrito. Com o crescimento dessas criaturas, esse comportamento rompe as barreiras físicas do lar. Elas descobrem que o mundo externo é mais amplo e que as recompensas podem ser mais gratificantes. Porém, o tombo também é maior — e nem sempre haverá alguém disposto a limpar sua imagem. Por isso, não se deve tripudiar sobre os outros, a menos que se possa caminhar com as próprias pernas. O grande dilema é que, um dia, elas também falharão. Problemas devem ser extirpados; soluções paliativas apenas os adiam — e os fortalecem, especialmente quando interesses escusos estão envolvidos.

A BRINCADEIRA DE VIVER: ENTRE O CRIACIONISMO E A INVOLUÇÃO

Quando um sujeito não consegue se aturar, a brincadeira de viver se torna um saco. A existência parece algo totalmente sem sentido, sem nexo, descontextualizada — repleta de convenções babacas. Sob a ótica criacionista, o ser humano teria sido o pior projeto: nos dias atuais, seria um fiasco de marketing e vendas, um produto com vícios, encalhado nas prateleiras. Já sob o viés científico, chegamos ao ápice da evolução — e o declínio começou quando o primeiro primata teve a infeliz ideia de adotar a postura bípede, dando início ao processo irreversível da involução.
Imagem

ENTRE O BERÇO E A HIPOCRISIA: REFLEXÕES DE UM ESTRANHO NO NINHO

Alguns consideram bem-aventurados os que nascem em berço esplêndido — escolhidos pelo divino para uma vida sem provações, com todas as portas abertas e um leque de possibilidades à frente. O dinheiro, motor desse mundo cão, é tão importante para a maioria das pessoas que acaba gerando situações cômicas, esdrúxulas e inexplicáveis. Essas situações apenas confirmam a pequenez e a sordidez da raça humana, em que estereótipos que deveriam ser hostilizados e ridicularizados se afirmam dentro da instituição mais podre que temos: nossa falida e combalida sociedade. Esses rascunhos não têm a menor importância para mim. Ganho o que preciso — e, menos humildemente, bem abaixo do que entendo que mereço. Não preciso render honras, bajular ou aturar ninguém. Cada vez mais me reconheço como um estranho no ninho. Não consigo compreender como o "ter" pode superar o "ser". Seguimos vivendo no velho — e cada vez mais atualizado — império da hipocrisia, batizado de humanidade.

LUAR DO SERTÃO

Imagem

CABURÉ-DO-CAMPO

Imagem

TRILHA ECOLÓGICA ODEBRECHT - SALVADOR - BA

Imagem

A INVEJA, A AMBIÇÃO E O PARADOXO DE SER HUMANO

A inveja é, paradoxalmente, a mais humana das “virtudes”. É a única que reflete, com todo seu esplendor, a verdadeira essência do ser humano. Já a ambição deve estar presente na vida de todos — o problema surge quando ela se transforma em ganância. Mesmo nas conquistas mais banais, prepare-se para se tornar alvo. Na maioria das ações, o interesse não está em utilizar o seu sucesso como inspiração, mas sim em torcer pela sua queda. Se fosse diferente, talvez não fôssemos tão escandalosamente humanos. O exercício de ser “humano” é complexo. É mesquinho, avarento, pecaminoso, excludente... enfim, dolorosamente humano.

ENTRE A ESPERA, O ASSALTO E A ILUSÃO SOCIAL

Três, dois, um... pronto, acabou. Era uma vez um sujeito que esperava — esperava tanto que o tempo passou. Em meio à espera, teve um encontro com a realidade nua e crua da vida, percebendo sua pequenez diante dos acontecimentos. Reafirmou seus conceitos: a vida é tão efêmera que não deve ser levada tão a sério, e os planos precisam ser traçados para execução em curto prazo. Ações de longo prazo não podem ser prioridade, sob o risco de jamais se concretizarem. Vivenciar um assalto leva à reflexão, mesmo quando não há violência e todos saem ilesos. A sensação de desconfiança desorienta — todos passam a parecer suspeitos. O baque não veio no momento do ocorrido, mas depois, quando tudo já estava sob controle. É aí que se percebe: o ser humano pode ser profundamente irracional. O que leva alguém a colocar sua vida — e a de tantos outros — em risco por bens materiais? Bens que poderiam ser conquistados por meio de trabalho digno. Quais seriam os pensamentos dessa pessoa antes, durante e dep...

CICATRIZES QUE O TEMPO NÃO APAGA

Alguns relacionamentos, mesmo deixando boas lembranças e frutos positivos, também podem causar feridas profundas. São marcas que se entranham na alma e acompanham a pessoa como sombras persistentes, dificultando qualquer recomeço livre de memórias que já perderam o sentido — memórias que se tornam apenas peças de museu. É difícil lidar com a sensação de não corresponder às expectativas. A tristeza do outro parece ser jogada em sua face, enquanto você observa, impotente, o desabrochar de alguém sendo sufocado pelas circunstâncias. E quando há laços familiares envolvidos, o sentimento de imobilidade se intensifica. Nessas horas, o confronto pode parecer a única saída, mesmo que dolorosa. Com o passar dos dias, reafirmo uma convicção que me incomoda: infelizmente, a entidade que parece premiar, punir, confortar, realizar milagres e despertar paixões não é divina — é o dinheiro. Essa força silenciosa dita regras, segrega, oprime, mas também recompensa, especialmente aqueles que agem sem es...

IPIRÁ - BAHIA

Imagem

BR 324 PRÓXIMO SÃO SEBASTIÃO DO PASSÉ

Imagem

FÉ, PODER E CONTROLE: UMA REFLEXÃO ÁCIDA SOBRE A RELIGIÃO E A SOCIEDADE

É inconcebível — embora extremamente cômodo — atribuir ao suposto divino os questionamentos que não possuem respostas lógicas. A teoria criacionista, formulada em uma época marcada por tabus, crenças e superstições, onde imperava a barbárie, foi um artifício perfeito para frear o ímpeto e a ambição dos excluídos e explorados. Ao incutir na humanidade as ideias de céu e inferno, castigo e salvação, resignação e recompensa, legitimou-se a manutenção perversa da estratificação social, repetida religiosamente ao longo dos séculos. Criou-se, assim, um muro que impede enxergar as mensagens ocultas nas entrelinhas. Sim, a Bíblia, o Alcorão e todos os livros considerados sagrados pelas diversas religiões são, em essência, instrumentos de poder — o cabresto necessário para subjugar a maioria da população, temerosa diante de uma suposta força abstrata e devassadora. Essa entidade, que tudo vê, despeja sua ira sobre os impuros, mas permanece inerte diante das piores injustiças. A perpetuação das ...

O CANSAÇO DE SER: UM GRITO CONTRA A CRUELDADE DA EXISTÊNCIA

Cansado dos infortúnios e dos dissabores desta vida terrena e impiedosa, penso que o ser humano desprovido do chamado vil metal deveria ser, por justiça, proibido de nascer. Quero acreditar na possibilidade de uma existência pós vida menos traumática. Sim, todos deveriam ter o direito de viver como nababos — sem obstáculos, sem preocupações, desfrutando dos prazeres da vida. Na próxima fase do jogo (se é que existe), desejo vir acéfalo, livre de pseudoresponsabilidades e do senso de justiça. Quero me embriagar em doses homéricas da racionalidade humana — aquela mesma que serve para explorar, ultrajar, pisar e sacanear o outro sem culpa, sem mágoa.

A ARAPUCA DA CONVIVÊNCIA: REFLEXÕES SOBRE RELAÇÕES HUMANAS

Só acredito em relações interpessoais entre indivíduos que se respeitam, sabem se posicionar e não tentam se impor pelo grito ou pela intimidação. Falando francamente, não vejo como manter uma convivência harmoniosa entre pessoas. Viver, por si só, é o menor dos problemas da humanidade. O verdadeiro desafio está no convívio: vaidades, inveja, incompreensão e o olhar voltado apenas para o próprio umbigo atravancam e inviabilizam qualquer tentativa de civilidade nessa arapuca bem armada chamada sociedade. Como disse brilhantemente o poeta Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja.” Falando da vida real, e deixando de lado a utopia do amor ao próximo, nunca vi algo tão fantasioso quanto a convivência nos ambientes de trabalho, nas supostas rodas de amigos ou mesmo entre familiares. São relações superficiais, insalubres e, muitas vezes, escrotas. Considero as familiares as mais nefastas, pois introduzem a figura da chantagem emocional, que desestabiliza aqueles que ainda t...

MUCUGEZINHO - LENÇÓIS (BA)

Imagem

PICO DAS ALMAS - RIO DE CONTAS (BA)

Imagem

CACHOEIRINHA - LENÇÓIS (BA)

Imagem

IMPLOSÃO NECESSÁRIA: A CORAGEM DE MUDAR

No mundo atual, tomar decisões é fácil. Se você se sente sem saída, com a vida escorrendo pelos dedos, tome a decisão mais radical: ataque o que lhe sustenta. Para implodir um prédio, as cargas são colocadas nas colunas. Faça o mesmo com sua vida. Tente. Recomece. Saia da inércia. Erros podem ser corrigidos a qualquer momento. Mas lembre-se: o prédio demolido nunca será o mesmo. Outro pode surgir, melhor até, mas jamais idêntico. Mudanças profundas exigem ação imediata. Só assim rompemos com o passado. Sempre há uma luz no fim do túnel. E se não houver, há um viaduto, uma passarela, um ponto de ônibus ou um táxi — algo que ajuda a seguir. O problema continuará, porque não adianta atacar o que está perto se quem precisa mudar é você. Ainda há tempo. Reinvente-se. Expulse o que não lhe faz bem. Assuma o controle da sua vida, mas sem ferir os outros. Não jogue seus sonhos nos ombros alheios — talvez eles já tenham realizado os próprios ou nem sonhem mais

O VIGILANTE SILENCIOSO: A CONSCIÊNCIA COMO INIMIGA E ALIADA

O seu maior e mais implacável inimigo é a sua consciência, que acompanha de forma rigorosa cada passo da sua trajetória. Algumas consciências, no entanto, estão tão corrompidas — embebidas de soberba e de moralismos raquíticos — que acabam se transmutando em inconsciência diante de tantas inconsequências. Essa metamorfose ocorre, geralmente, como uma tentativa de legitimar atos ou atitudes cujas consequências o sujeito compreende plenamente.

ANATOMIA NORDESTINA

Imagem

SOCORRO

Imagem

RETIRO

Imagem

VANDALISMO

Imagem

FIM DE TARDE NO SERTÃO

Imagem

BOLSA FAMÍLIA

Imagem

OCASO BR 324 (2) SSA-FSA

Imagem

ESCOLHA

Imagem

OCASO BR 324 SSA-FSA

Imagem

PSICOLOGIA DE VAREJO: UM DESABAFO SOBRE DIAGNÓSTICOS E REALIDADE

Faltam-me subsídios para traçar o perfil comportamental de um indivíduo. Posso, no máximo, fazer uma avaliação subjetiva, pautada em quatro conceitos: Ótimo Bom Regular Descompromissado Garanto que nem o melhor dos psicólogos ou psicanalistas daria conta de tantos pacientes, nessa nossa mequetrefe psicologia de carregação — com doentes ao atacado e salário ao varejo.

CEGUEIRA CONSENTIDA: A FÉ COMO ENTORPECENTE SOCIAL

Dou a mão à palmatória: o homem precisa de uma crença. É preciso crer cegamente, pois o exercício do entorpecimento é o caminho mais rápido — e mais aconselhado — para a ilusória conquista ou vivência da felicidade. Emburricar é preciso. Convido todos a um processo de idiotização que nos permita acreditar nas figuras sacrossantas que nos rodeiam, demonstrando em seus comportamentos ilibados e em suas condutas irrepreensíveis o exemplo a ser seguido por nós — enganadores e pecadores. Obrigado pela convivência, seres iluminados e superiores. Rendo reverências à hipocrisia e ao mau caráter de vocês. O futuro os espera de braços abertos para o acerto no momento do apocalipse. Lembrem-se: estou anotando tudo. Assinado: Um dos juízes.

ARROZ COM FEIJÃO: UMA RECEITA CONTRA A BUROCRACIA ESTATAL

O serviço público deveria ser defenestrado da sociedade brasileira. O conchavo e o tratamento diferenciado continuariam a existir, é verdade — mas acabaria o ignóbil processo de burocratização, ou melhor, da burrocratização. Metaforicamente, entenda: o arroz com feijão sustenta mais que o caviar. O prato mais elaborado demanda tempo, ingredientes especiais e caros. E para quem tem fome, a necessidade de saciedade é instantânea. Defendo, sim, a privatização — já, em todas as instâncias. Chega de chorumelas. Tudo pago, salário digno para todos. Que se trabalhe em condições decentes, que se receba um salário que permita pagar pelas próprias necessidades, e que se acabe com essa vicissitude — esse eterno faz de conta. Lembre-se: o tratamento de Chico deve ser o mesmo de Francisco

CONFIANÇA DE POBRE, RESPEITO DE RICO: A FARSA DEMOCRÁTICA EM CENA

Confiança se conquista. Respeito se compra. Na nossa atual sociedade caricata, sem sombra de dúvidas, o que vale mais é o respeito — que pode ser negociado por qualquer vintém ou por uma nomeaçãozinha de chefia em qualquer setor, só para que o pobre presenteado possa ostentar e mandar em alguém ainda mais miserável que ele. Resumindo: confiança é coisa de pobre. Respeito é coisa de rico. Como já dizia categoricamente Maquiavel: “Não se consegue ser amado e temido ao mesmo tempo — o melhor e mais seguro é ser temido. E isso se deve à natureza dos homens em geral: todos estão ao lado quando sopram ares bons e as coisas navegam a contento. Basta, todavia, uma mudança no quadro, para todos se revoltarem.” Observemos esta época de eleição. Os ditos eleitores, aptos a exercer seu direito à cidadania, parecem verdadeiros bárbaros em surtos de alegria — que, em muitos casos, beiram orgasmos coletivos e a histeria. Sinceramente, minha pobre pessoa não consegue entender o motivo da comemoração. ...

A ÁRVORE ESQUECIDA: ENTRE O ÓDIO E A SUBSERVIÊNCIA

Insuportável. Estou cada vez mais insuportável — ao ponto de não me aturar. Neste caldo de sentimentos que permeiam meu ser — ira, lealdade, vingança, responsabilidade, prepotência, arrogância, mediocridade, sinceridade, desprezo, superioridade — noto um desvio de caráter maquiavélico. Experimentei o verbo odiar — e gostei. Cultivo agora a queda do meu inimigo, e isso me traz uma paz interior inimaginável. Temo que minhas qualidades (se ainda as tenho) estejam sendo atropeladas pelos meus defeitos. A linha que os separa está ficando cada vez mais tênue. Sabe aquela árvore esquecida no meio da floresta? Esse sou eu. Com a raiz carcomida pelo tempo, o tronco seco, marcado pelas tempestades passadas. Sem galhos, sem folhas, totalmente estéril. Às vezes sou lembrado quando a temperatura é alta, e a velha árvore é procurada como zona de refúgio — pois ainda oferece uma aprazível sombra. Mas não tarda para sua velha companheira, a solidão, voltar a ser sua constante e inseparável companhia. ...

FOLHETIM DE TRAIÇÃO: A FARSA SILENCIOSA ENTRE MIM E MEU TRABALHO

Minha relação com o trabalho é um fidedigno folhetim de traição: eu finjo que me esforço, e ele finge que me reconhece e recompensa. Preciso de uma ocupação que me permita produzir algo útil — e não que apenas me sugue. Sem falsa modéstia, minha função atual não está à minha altura. Estou a anos-luz disso. Preciso sair dessa zona de acomodação. Meu problema é a autossuficiência — minha maior virtude e, ao mesmo tempo, meu maior defeito. Essa certeza de que posso resolver tudo em cima da hora, sem planejamento, é o meu calcanhar de Aquiles. A vantagem que ganho com jogo de cintura e adaptabilidade não compensa a ausência dos resultados esperados, que certamente seriam alcançados com uma pequena parcela de dedicação. Contudo, não lograr êxito não me fere, nem me perturba. O que realmente me toca é perceber o desapontamento de todos que apostam em mim. Saibam que enxergo pelo mesmo prisma com que me visualizam. Falta algo para dar partida. Agora, o que é — eu juro que não sei.   ...

A SUPLICA DISFARÇADA DE OPINIÃO: O CANSAÇO DO DEBATE

Sou alheio a discussões sobre qualquer tipo de questão. Ninguém é obrigado a aceitar — nem comungar — da opinião do outro, a não ser quando as convicções se convergem. Nas declamações de pensamentos baseados em visões de mundo, o que mais se observa, ao interpretar as entrelinhas, é que o orador busca, na verdade, um afago no ego — quase uma súplica: “Por favor, concorde comigo e serás meu amigo.” Não discuto mais com ninguém, principalmente sobre religião ou política. Há coisas muito mais interessantes para se realizar na nossa biosfera. Como, por exemplo, falar sobre... sobre... sobre... sei lá. Tudo parece tão irrelevante, desconexo, descolorido, insípido e inodoro para ser levado em conta.

PEDESTAIS DE CRISTAL: A VAIDADE DISFARÇADA DE SUPERIORIDADE

Insultar a inteligência é, na verdade, uma homenagem à burrice — aos pseudoespecialistas que se colocam acima dos pobres mortais. De que lado do mundo você nasceu? Qual o material do teu berço? Qual o teu preço? Você tem as rédeas da sua existência ou é apenas um adereço? Penso, penso — logo não esqueço. E esmoreço. Me diga teu endereço, quem sabe não tenho apreço. Independente do teu espírito carnavalesco, tomo ojeriza e desapareço — sem deixar rastro, nem uma chance de começo. Seres “superiores”, desçam dos vossos pedestais de cristal, que funcionam apenas como poleiros para a satisfação das vossas vaidades. Vaidades que escondem fraquezas e visões limitadas de mundo. Apontam erros alheios para ocultar as próprias fragilidades e debilidades humanas — redundantes, sim, porque humano já é, por essência, frágil e débil. Para vocês, um sonoro: Fodam-se.

FOGO AMIGO: A SOLIDÃO EM MEIO À MULTIDÃO

Quão inóspito é o mundo. Somos bilhões espalhados pelos confins da Terra, e ainda assim estamos sempre sós. Aquele que te afaga hoje pode te apedrejar amanhã. O inimigo de hoje pode ser o salvador de amanhã. Falando em inimigos, prefiro conviver com eles — ao menos sei como tocá-los e o que esperar. O verdadeiro perigo é o fogo amigo: aquele que conhece tuas defesas, teus pontos fracos, e sorrateiramente crava uma faca certeira no teu peito. Nesses tempos virtuais, em que os “amigos” podem ser contados aos milhares, cultive e afague seus inimigos. Eles podem ser menos danosos.

ENTRE O SER E O ESTAR: REFLEXÕES SOBRE APARÊNCIAS E VERDADES TEMPORÁRIAS

Aprendi como é enriquecedor mirar um ponto no horizonte e desligar a mente, zerar os pensamentos. Esse simples exercício me permite recarregar as baterias para enfrentar o dia a dia — ao qual sou “agraciado” com a presença e convivência de uma horda de pessoas maquiavélicas e ridículas, que se apoiam em supostas superioridades intelectuais, financeiras ou apenas em falsas posições hierárquicas. Fingem sempre. Tentam impor suas máscaras a nós, pobres mortais, que — calmamente, como bovinos no pasto — ruminamos nossas raivas e mágoas, revelando nossa apatia nessa relação vampiresca. Seres asquerosos, não esqueçam: o verbo que rege a vida não é o SER, mas o ESTAR. VOCÊ NÃO É NADA — APENAS ESTÁ, TEMPORARIAMENTE. • Você não é chefe — apenas está chefe. • Você não é imortal — apenas está vivo. • Você não é rico — apenas está rico. • Você não é melhor do que ninguém — pode apenas estar em uma posição privilegiada. Claro que, como toda regra, há exceção: “Você não estar bom caráter — você é bo...

DIÁLOGO COM O SILÊNCIO: A DOR DE SER E NÃO SER

Falta vida na minha vida. Queria poder conversar comigo mesmo. É muito triste essa sensação de impotência e inutilidade. Sinto um silêncio inexplicável — ensurdecedor. Sou incompreendido. Um morto-vivo que, através das próprias sombras, ofusca a luz das pessoas. Tudo, para mim, está ruim. E o que me conforta é saber que tudo que está ruim ainda pode piorar. Sabendo disso, tento me conformar com minha posição.

CERTIDÃO DE CANSAÇO: UM GRITO SILENCIOSO POR PERTENCIMENTO

Na minha certidão deveria constar: sujeito fadado ao fracasso. Tudo é tão difícil. Tudo dá errado. Que caminho espinhoso... sinceramente, já me falta força. Estou pensando seriamente em jogar tudo para o alto e sumir nesse mundão. Já cansei de lamentar. Preciso agir — só não sei como. O perigo é que já não me suporto mais. O que fazer? Preciso de uma luz, uma direção, um rumo — nem que seja para o precipício. Será que ninguém me escuta? Transito por vários mundos, mas, no fundo, percebo que não faço parte de nenhum.

O DESPRAZER DE PENSAR: REFLEXÕES SOBRE FÉ, INSTINTO E AUTOENGANO

Somos apenas simples animais ditos racionais, que tivemos o desprazer de pensar — será? — e tentar entender o que não tem explicação. Estamos apenas ocupando a Terra momentaneamente, e só. A plenitude da existência parece ser vivenciada apenas pelos animais irracionais, movidos por instintos, lutando exclusivamente pela sobrevivência. Não consigo entender como as pessoas se auto enganam, repetindo discursos vazios, sustentando falsos profetas e disseminando versões fantasiosas, moldadas conforme o gosto do “cliente” em questão. A miséria, a ganância e a ignorância permitem que esses bandidos da fé se proliferem nas periferias, nos presídios e até entre pessoas incultas — mas de boa fé. O curioso é que as crenças são aceitas enquanto correspondem às nossas expectativas. Na primeira queda, a verdade crua e nua nos é esfregada na cara, e todas as convicções são colocadas à prova.

ESCRAVIDÃO DA ALMA: MARIONETES DA IGNORÂNCIA E DO MEDO

Coitadas das almas tristes, catequizadas pelo terror, conquistadas pelo medo e pela submissão — que as impede de enxergar o mundo em sua verdade nua e crua, através de suas próprias convicções. Transformam-se em marionetes, reproduzindo um comportamento servil que realça a pior das amarras: a escravidão da alma. Triste de quem continua com os olhos abertos, mas é portador inconteste de uma cegueira que atende pela alcunha de ignorância. Seres tristes, porém úteis, para a preservação da estrutura maquiavelicamente planejada de opressão e exploração.

O PREÇO DA DIGNIDADE: ENTRE MIGALHAS, PROFETAS E POTES DE OURO

Todo ser humano tem seu preço. Tudo depende da situação em questão, do meio no qual está inserido. Mas a imensa maioria se vende por migalhas. É impressionante como o ser humano se agarra a qualquer possibilidade de alcançar o poder — por mais efêmero que seja — submetendo-se às mais variadas humilhações, apenas visando ganhos materiais. O apego à ideia de autoridade leva a atitudes que beiram o ridículo. Os valores são distorcidos para justificar ações que conduzem ao desejado pote de ouro. Vivemos em um mundo regido pela ignorância. Quando não se têm argumentos plausíveis, a única alternativa é a intimidação. Quem late mais alto, na maioria das vezes, amedronta. Observo que isso funciona assustadoramente quando a religião está inserida nesse imbróglio. A ira divina é usada por falsos profetas em toda sua magnitude, com o intuito de impregnar a população ignorante de pseudos pecados — por meio de lavagens cerebrais cirurgicamente planejadas. O grande celeuma que visualizo é que essa i...

SOLITÁRIO, COMO NUNCA: UM GRITO SILENCIOSO POR RESGATE

Solitário na maior parte do percurso — como sempre. E sozinho como nunca. Sobrevivente de todas as armadilhas da enfadonha vida, desisto. Entrego os pontos. Dou-me por vencido. Derrotado e amordaçado, não posso transparecer nenhum sentimento sob a égide de ser taxado de egoísta, incompreensivo, desestimulado, pessimista, infeliz, covarde — dentre outros adjetivos que engrandecem e massageiam o ego de qualquer ser humano. Meus sonhos foram roubados. Minha realidade, surrupiada e transformada em farrapos. O amor, coitado, é bombardeado — principalmente por fogo amigo — de forma ininterrupta, pelas mais diversas táticas e armas. Sangra. Agoniza lentamente. Pede desesperadamente socorro. Eu quero minha vida de volta. Agora me responda, de prontidão: Há motivo para sorrir?

VAREJEIRAS, ABUTRES E O PACTO DISFARÇADO: A ILUSÃO DO PROGRESSO

Na verdade, as varejeiras e os abutres não mudam — são sempre os mesmos. O que se transforma é o mote que os direciona, alternando entre direita e esquerda, como os meandros dos rios que tentam driblar os obstáculos em seu caminho. O pano de fundo, porém, permanece o mesmo: o tal Pacto Social, que nada mais é do que o velho assistencialismo — o voto de cabresto — com uma nova roupagem. Curiosamente, esse modelo era ostensivamente combatido por aqueles que hoje se alojam no poder como um câncer, corroendo as bases da sociedade. Observando atentamente — e retirando os maus-tratos — a escravidão institucionalizada era, em certos aspectos, menos perniciosa: ao menos garantia casa e comida. Hoje, os trabalhadores são submetidos a uma escravidão moderna, onde nem o básico do básico é alcançado. Quanto à ignorância ou ao entendimento do sistema, no fundo, têm praticamente o mesmo peso. Essa história de “mudar o mundo” é lero-lero de juventude — ou discurso de político se aproveitando da imbec...

ENTRE ESTRELINHAS E ENTORPECENTES: REFLEXÕES DE UM CÉTICO AOS QUARENTA

Algumas coisas não precisam ser ditas — apenas entendidas. É só prestar atenção nas estrelinhas. Não acredito em substantivos concretos nem abstratos. Triste do homem que não crê — e eu sou um desses, por pura dedução. Nada deve ser levado a sério. Tudo é tão efêmero, tão insignificante, tão sem sentido, que numa lógica insana faz sentido se atirar — literalmente — em atividades entorpecentes como relacionamentos, religiões e outras drogas semelhantes. Abri os olhos quando cheguei aos quarenta. Discordo quando dizem que começa a fase do declínio. Acredito que é quando começa a fase ascendente. Provavelmente, já trilhei mais da metade do caminho em direção ao apogeu.

O CREDOR INVISÍVEL: REFLEXÕES DE UM HOMEM EM PENUMBRA

Se existe alguém que possa personificar a imagem do fracasso, afirmo categoricamente: esse cara sou eu. Uma existência jogada no limbo. Como não sou ingrato, agradeço — não sei exatamente a quem — pelas coisas que conquistei e pelos poucos amigos que fiz. Mas o meu grande dilema, fora as pessoas, é que tudo foi pouco para mim. Poderia ter feito muito mais. Não pensando em bens, recompensas econômicas ou algum tipo de reconhecimento. Só queria paz de espírito. E um pouco mais de atitude. Ninguém pode mensurar o nível de exigência quando o principal credor é você mesmo. Na verdade, a vida já acabou. Estou na antessala, na zona de penumbra, pagando minhas penitências e esperando o encontro com o contador-mestre para o balanço final. Tomara que essa espera também não seja inútil.  

QUANDO A LUZ SE APAGA E OS PROBLEMAS SE ACENDEM

Sem ser acusado de blasfêmia, Deus disse: “Faça-se a luz!” — e a luz foi feita. João disse: “Façam-se os problemas!” — e os problemas foram feitos. Minha querida, eu preferiria ter perdido você para alguém do que tê-la perdido para a vida. Pelo menos, a alegria poderia ser uma constante em sua linda face, e não essa tristeza que hoje é sua companheira — e minha principal rival. Entenda: é impossível ter uma vida plena com um cotidiano dilacerado. Você me negou o meu maior sonho. Sinceramente, não entendo — e não pretendo descobrir a razão. No início, éramos dois. Hoje, não sei se o “nós” ainda existe. Fui perdendo espaço. Você vaga por várias dimensões onde me dou o direito de não habitar. Vidas paralelas que lhe geram preocupações gestadas em velocidades estonteantes, onipresentes, que nos atormentam e dilaceram a nossa rotina. Aquela “vidinha sacana”, tantas vezes declamada, hoje faz muita falta. Relações que pareciam sólidas, às vezes, se revelam frágeis como um simples copo de vidr...

PROFISSÕES ALTRUÍSTAS OU NAU FRACASSADA? UMA SÁTIRA SEM FREIOS

Algumas profissões ditas altruístas — como professor, bombeiro e policial — não passam de subempregos ocupados, em sua maioria, por profissionais subqualificados. (Foda-se quem se sentiu ofendido; se lhe feriu, meu tiro foi certeiro.) Esses profissionais, por inúmeras razões, declamam que trabalham por amor. Às favas: quem se sustenta por prazer é motel e bordel. Quando um membro dessa tríplice aliança (meu Deus, como faria diferença um pouco mais de estudo) chega todo garboso, declamando sua maravilhosa e prazerosa labuta, desconfie desse enganador. Ou é mais uma vítima desse exército de alienados, ou algum pseudo-expert tentando afagar egos pisoteados no afã de galgar cargos subalternos — apenas para demonstrar sua suposta capacidade de gerir e oprimir os pares, ocupantes da mesma nau furada na qual está embarcado e atolado até o pescoço.

O VAZIO QUE PENSA: REFLEXÕES SOBRE A NÃO-EXISTÊNCIA

A pior das sensações é a percepção da não existência. É tão subjetiva que transcende qualquer traço de racionalidade. Alguns enigmas são tão emblemáticos e problemáticos que, sabiamente, devemos nos recusar a resolvê-los — ou mesmo a tentar compreendê-los.

CRÔNICAS DE UM DÉSPOTA DISFARÇADO: A ARTE DA MANIPULAÇÃO

Remei, remei, remei... e até que enfim cheguei e me instalei. Caminhei sob um céu de brigadeiro. Surfei na crista da onda. Visualizei, persisti, metamorfoseei, alcancei — e deslumbrei. Papeei e enganei no mais simplório populês, Ludibriando facilmente vosmecês. Disse o que queriam ouvir, Como se conquista um freguês. Implantei esperança nas suas mentes. Provei do mel — e gostei. Lambuzei. Transgredi o que falei, Mas cinicamente não assumi. Não vi, não escutei, nem confirmei. Descaradamente insisti que fui traído. Minha criatura... emplaquei. Desdenhei — e como gozei. Estou por aqui, analisando as manifestações, Arquitetando alguma artimanha para aproveitar a ocasião. Se me apoquentarem muito... eu voltarei. Para o meu povo, Que penso que me adora como a um rei. Déspota — mas, para sua aflição, rei.