TONS DE CINZA: REFLEXÕES DE UM DESENCANTO CONSCIENTE
Há algo estranho no pesado e fétido ar que respiro. Me pergunto: esforçar-me para quê? Por quê? Qual o objetivo? Ou será que não existe objetivo algum?
Não reconheço em mim nem a sombra do ser ingênuo, crédulo e ignóbil de outrora. Esse ser que vos escreve não sou eu. Minhas antigas convicções e credos foram aniquilados a golpes de foice. Foram ceifados sem dó nem piedade.
Será a crise da meia-idade? Ou será a compreensão de que, provavelmente, terei menos dias pela frente do que os já vividos?
A cada movimento de expiração e inspiração, descubro que meu mundo é monocrático. No mais genuíno tom de negro, pincelado com alguns tons agonizantes de cinza.
Fiquei mais duro com as pessoas. Minha reserva de credibilidade nelas há muito foi extinta. Salvo raras exceções, nenhum ser humano é digno de confiança.
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