COLAPSO

Algo estranho no pesado e fétido ar que respiro me pergunto? Esforçar-me para que? Por quê? Qual o objetivo? Ou será que não existe objetivo, não reconheço em mim nem sombra do ser ingênuo, crédulo e ignóbil de outrora, esse ser que vos escreve não sou eu, minhas antigas convicções e credos foram aniquilados a golpes de foice, foram ceifadas sem dó nem piedade, será a crise da meia idade, ou será a compreensão que provavelmente terei menos dias que os já vividos, a cada movimento de expiração e de inspiração descubro que meu mundo é monocrático no mais genuíno tom de negro pincelado com alguns tons agonizantes de cinza.

Fiquei mais duro com as pessoas, a minha reserva de credibilidade de nas pessoas há muito tempo foi extinta, salvo raras exceções nenhum ser humano é digno de confiança, desenvolvi um cinismo impressionante para aguentar a vida em sociedade para não entrar em colapso, mas em contrapartida ando com a sensibilidade a flor da pele em relação às injustiças sociais, não consigo entender porque poucos têm muito e muitos têm pouco, na verdade eu entendo, a explicação está sendo esfregada a cada segundo nas nossas “fuças”.

O problema é que a compreensão das engrenagens te leva a se culpar por conseguir visualizar e entender o jogo de interesses que permeiam a vida, que você não pode alterar esse cenário e que se por força do acaso for alçado nesse grande tabuleiro a uma peça de maior expressão e não tiver foco repetirá o comportamento de tudo que critica hoje.

“O grande dilema do homem é ser fiel ao que fala, o comportamento têm que ser reflexo do discurso, não pregues o que não executa”.

واو كارلوس

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