A MELANCOLIA QUE ME HABITA: FRAGMENTOS DE UM EU EM RUÍNAS


Segundos despedaçados, minutos dilacerados — minha melancolia é altamente contagiosa. O cansaço é latente. Minha companhia, dispensável e insuportável.

Sinto vergonha de encarar minha imagem no espelho. Vergonha de ser refém da minha própria consciência. Sinto-me desnorteado, desfigurado, desfalecido, impotente — incapaz de tomar as rédeas da minha vida. Sim, fracassei no mote principal do ser humano: a capacidade de êxito financeiro. Mas me sinto realizado pelo ser humano que me tornei. Posso ser taxado de ignorante, bruto — mas não sou falso, nem dissimulado. Não desejo o mal, não invejo, nem almejo nada de ninguém.

Aprendi que todo ser humano é pleno e não necessita de companhia ou de divindade como muleta. Hoje entendo que relacionamentos são como laços: facilmente desfeitos, potencialmente refeitos.

Nada deve ser levado realmente a sério. Sempre existirá alguém mais importante, algo mais urgente, algo mais sério — ou apenas algo. Preocupe-se. Seja justo, leal e solidário apenas contigo. É o que importa nessa ciranda louca chamada vida.

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