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Mostrando postagens de junho, 2013

MANDAMENTOS DE UM PALADINO: UM ESPELHO DA CONDIÇÃO HUMANA

Eu, paladino da justiça e portador do senso da equidade, te ordeno, homem de pouca fé: Alegra-te... Transforma esse mau humor. Anima-te... Dissipa teu pessimismo. Cala-te... Com tuas lamentações. Compadece-te... Do teu egoísmo. Condescende-te... Exerce a tolerância. Conforma-te... Com teu subemprego. Educa-te... Doma tua ignorância. Encoraja-te... Espanta tua covardia. Enlouquece-te... Esquece teu realismo. Orienta-te... Na tua incompreensão. Previna-te... Abandona tua negligência. Regozija-te... Com tua infelicidade. Renasce-te... Sai dessa letargia. Resigna-te... Com teu complexo de inferioridade. Mas preserva-te em tua essência, pois isso é simplesmente o que penso. E o que penso de ti é apenas o que penso — ou talvez apenas um reflexo de mim.

PLAGAS, POPULISMO E A SABEDORIA JECA”: UMA CRÔNICA DA DESILUSÃO NACIONAL

Nada ilustra tão bem a nossa conjectura quanto o nome do ex-atual, eterno e onipresente presidente. Nós, brasileiros — o melhor povo do mundo — fomos agraciados não com um presente divino, mas com um animal colossal. (Encha o peito de ar e grite bem alto, para que todos os confins e recantos do planeta escutem e ressoem: temos o nosso LULLA!) Forjado na nossa divulgada, decantada, decrépita e desdentada sabedoria jeca, esse símbolo nacional é reflexo de um país que se transforma, dia após dia, em um campo minado. Uma sociedade cada vez mais xiita, extremista, dividida em nichos que funcionam como trincheiras — alimentando o ódio incutido pela propaganda neofascista, que sempre encontrou terreno fértil por essas bandas da América Latina (ou Latrina, como alguns preferem). São ações meticulosamente planejadas, que facilitam a expansão do populismo — tão “popular” por essas plagas.

A MELANCOLIA QUE ME HABITA: FRAGMENTOS DE UM EU EM RUÍNAS

Segundos despedaçados, minutos dilacerados — minha melancolia é altamente contagiosa. O cansaço é latente. Minha companhia, dispensável e insuportável. Sinto vergonha de encarar minha imagem no espelho. Vergonha de ser refém da minha própria consciência. Sinto-me desnorteado, desfigurado, desfalecido, impotente — incapaz de tomar as rédeas da minha vida. Sim, fracassei no mote principal do ser humano: a capacidade de êxito financeiro. Mas me sinto realizado pelo ser humano que me tornei. Posso ser taxado de ignorante, bruto — mas não sou falso, nem dissimulado. Não desejo o mal, não invejo, nem almejo nada de ninguém. Aprendi que todo ser humano é pleno e não necessita de companhia ou de divindade como muleta. Hoje entendo que relacionamentos são como laços: facilmente desfeitos, potencialmente refeitos. Nada deve ser levado realmente a sério. Sempre existirá alguém mais importante, algo mais urgente, algo mais sério — ou apenas algo. Preocupe-se. Seja justo, leal e solidário apenas co...

QUESTIONAR

Sou um sujeito complicado que tem vergonha de ter consciência, de não corresponder minhas próprias expectativas, Imagine quando frustro os sonhos de outrem, é necessário questionar como é necessário respirar mesmo sabendo que não ha respostas plausíveis apenas divagações, conceitos e normas esgarçadas traçadas em um tempo longínquo em outra realidade onde o homem ainda passava por um processo de domesticação. O questionador incomoda pelo simples fato de pensar quando seria mais sábio apenas obedecer, o principal erro no ser humano é o ato da reflexão a desgraça começa a partir desse ponto, a essência da vida foi perdida é o preço pago pelas comodidades da civilização contemporânea. As civilizações primitivas apesar das privações deveriam ser mais felizes, pois almejavam apenas comida e abrigo.  “A AUSÊNCIA DE SENTIDO NO SENTIDO, FAZ MUITO SENTIDO E SE VOCÊ INFELIZMENTE PERCEBER O SENTIDO, LOGO PERCEBERA QUE NADA FAZ O MÍNIMO SENTIDO”. واو كارلوس

TEMPLOS EM CHAMAS: ENTRE LOBOS, DÍZIMOS E SILÊNCIOS CÚMPLICES

Os templos e a famigerada figura do dízimo, criada para sustentar essa estrutura, permanecem intocados. Cristãos, não escuto o ecoar de suas vozes contra os pastores e padres que vos representam — atolados em denúncias de orgias, roubos, enriquecimento ilícito, curandeirismo, pedofilia, pederastia e, talvez o pior dos pecados: o uso do nome do vosso Deus em vão. Ovelhas, abram os olhos. Quem vos tangem agora não é mais o pastor, e sim o lobo — cada vez mais sedento por dinheiro, poder e prazer. Seus crápulas, chega de safadeza, de explorar a miséria humana. Salafrários, safados — a Igreja e a política deveriam ser como substâncias heterogêneas: não se misturam, não se confundem, não se corrompem mutuamente. Eleições de papas e confederações de pastores beiram o ridículo, encenando verdadeiros pastéis de feira, zombando nas fuças dos supostos inocentes fiéis.  

PRONOMES EM RUÍNAS: UM DESABAFO EXISTENCIAL EM SEIS VOZES

Eu ainda respiro, logo penso que existo. Tu, que és responsável pelo equilíbrio do mundo, coexistes. Ele, o fruto, nunca existiu — nem foi desejado, só nos meus sonhos. Nós praticamente já não existimos; a divisão é cada vez mais aguardada. Vós sois cega, estais cumprindo o papel errado — mas quem sou eu para vos nortear? Eles existem, e como existem: distribuindo problemas e delegando ações. Eu joguei a toalha. Tu a estendeste. Ele, o destino, a recolheu. Nós esvaziamos as gavetas, rasgamos os papéis e as juras. Vós achais que estais convicta em vossos ideais. Eles se aproveitam — já definiram a sua ocupação. Eu não me culpo, a não ser por omissão ou por falta de ambição. Tu estás bitolada, mas é tua escolha; cabe a mim apoiar-te, mas não seguir-te. Ele, novamente, o destino, riu — escarnecendo o que facilmente destruiu. Nós, no fundo, deixamos; é bem mais fácil aliar-se do que confrontar. Vós exerceis um papel que não vos pertence — nunca vi ninguém vos confortar. Eles, coitados, nec...

PEÃO NO TABULEIRO DA HIPOCRISIA”: UM DESABAFO SOBRE O CANSAÇO DE SER

A mediocridade das pessoas exaure minhas forças. A desfaçatez, o mau-caratismo, a bajulação — nada disso faz parte do meu parco vocabulário. Perdi o rumo nesse imenso labirinto. Engraçado como alguns jogos refletem, com assustadora fidelidade, as relações humanas. Principalmente o xadrez: todos blindam o Rei, enquanto as peças de menor importância — os peões — são lançadas ao sacrifício. A cada dia, mais descrente. Mais desalienado. Mais decepcionado. Mais desalentado. Mais desacreditado. Mais desprovido. Mais desnorteado. Mais deteriorado. Mais desabado. Mais desarmado. Mais desencarnado. Mais desprezado. Mais desalmado. Enfim, a cada dia que passa... mais eu.

A FALHA QUE ME HABITA”: UM DESABAFO SOBRE A AUTOPERCEPÇÃO

Percebo que não consegui ser: Bom filho; Bom marido; Bom amigo; Bom tio; Bom irmão; Bom padrasto; Bom companheiro; Bom conselheiro; Bom ser humano; Bom profissional. E, talvez, a pior de todas as falhas: não consegui ser bom para mim. Não consegui ser nada. Fui superficial. Falhei em tudo. Decepcionei todos. Desagradei muitos e agradei poucos. Hoje, tenho plena convicção de que não deveria ter vindo.

UTOPIAS ELETROCUTADAS E O TABULEIRO DA EXISTÊNCIA

Alguns lapsos de utopia são eletrocutados por altas dosagens de choques de realidade. A percepção de que, na verdade, nenhum problema é digno de preocupação revela nossa impotência diante da própria existência. Ao observar o desencarne dos seres que nos rodeiam, aprende-se que, apesar da troca das peças, o tabuleiro e o jogo permanecem os mesmos. Só que esse jogo cansa — principalmente as peças de menor expressão. “O valor do homem está estampado na posição que ele ocupa no mundo.” Essa pérola expressa, de forma quase cruel, a complexidade e a mediocridade do ser humano.

A MALDADE DISFARÇADA E O VALOR DA AUTENTICIDADE

A pior face exposta pelo ser humano é a maldade travestida em sua forma mais perversa: o preconceito racial, social e, principalmente, econômico. Essa postura enoja os poucos remanescentes que ainda possuem um mínimo de consciência ou senso de justiça. Reclamar cansa — sobretudo pelo simples fato de que nada muda. As questões são mais profundas. O jogo de interesses é descaradamente comungado, aceito e exercitado. Quem não se adequa às regras é sumariamente extirpado. A sensação de desprezo é horrível. Alguns trocados fazem enorme diferença no tratamento em todas as instâncias. Felizmente, não fui — e não serei — contaminado por esse vírus que corrompe a personalidade doentia da maioria das pessoas. Não fazer parte dessa peça ridícula, estrelada por figuras decadentes, é um alívio inimaginável para o ego. Ser tachado de antissocial recarrega as baterias e confirma que estou no caminho certo. Compreendi que o que realmente importa é o respeito às próprias convicções — independentemente ...

À DERIVA: UM DESABAFO DA ALMA

Tem dias em que uma tristeza profunda me invade. Esse sentimento tem se repetido em ciclos cada vez mais curtos. Não consigo — nem tenho forças — para traçar uma meta. A vida me leva como as antigas caravelas, ao sabor dos ventos. Mas o caminho é árduo. As intempéries são minhas sombras, e não se desgarram de mim. Não há zona de calmaria. Isso já me assustou muito. Hoje, este espectro que vos fala ignora o medo, mas ainda se dá o direito de questionar: pra quê? Por quê? Para onde? Qual a razão? Qual o sentido? Pensar enlouquece. Será que é vital enlouquecer para entender que nossa existência é tão efêmera, que ninguém é indispensável? Não gosto nada do sujeito que me tornei. Inconformado, nada me conforta. Tudo e todos me incomodam profundamente. Queria ser esquecido. Onde encontrar um conforto para minha alma?

O ÉDEN DIGITAL E A HIPOCRISIA DA VIRTUDE ONLINE

Através das redes sociais, conseguimos atingir o nirvana. Finalmente encontramos e alcançamos o inatingível Jardim do Éden. Sim, a salvação parece possível. Na rede, todos têm — e exercem em plenitude — sua consciência social e política. Arvoram-se como bastiões da justiça, comovem-se com as agruras mundiais. Aqui, juras de amor infindáveis são proclamadas com fervor. A solidariedade atinge níveis estratosféricos, capazes de justificar a canonização imediata de todos. No entanto, esses seres esquálidos esquecem que, ao se desconectarem de seus avatares santificados e purificados, e retornarem ao mundo dito real, precisam praticar os atos que declamaram e alardearam aos quatro cantos do mundo. Sim, meus caros: a escala que vos conhece é supostamente mundial. Mas, infelizmente, a parcela que realmente te reconhece é local, restrita — e te conhece intimamente. Sabe que estás mais próximo dos ideais daquele anjo que caiu do céu do que de qualquer figura sacrossanta.

EDUCAÇÃO EM RUÍNAS: UM GRITO SILENCIADO

O sistema educacional, quando visto e vivido em suas entranhas, revela sua face mais cruel. Um verdadeiro genocídio é cometido contra milhões de estudantes, enquanto milhares de docentes enfrentam uma escravidão moderna — física e mental — que os consome lentamente. O descaso é impressionante. Apesar de contarmos com bons profissionais e estruturas físicas razoáveis, o sistema parece ter sido desenhado para emperrar. Uma burocracia disfarçada de “burrocacia” camufla a mais insensata das insanidades. A ignorância é funcional. O iletrado é necessário — indispensável — para a perpetuação desse modelo. Nós, docentes, mesmo os mais conscientes, estamos inseridos em uma linha de montagem perversa, perigosa e destrutiva. Fabricamos analfabetos funcionais que mal sabem ler ou escrever, muito menos compreender. Mas aprendem rapidamente a procriar, reivindicar, cadastrar e sacar o dinheiro que a presidente mandar.

REFLEXÃO SOBRE DESONESTIDADE E FÉ

Que me perdoem os puristas, mas duvido que exista um povo mais desonesto que o brasileiro. Sem falsa modéstia, considero-me uma ilha em meio a esse oceano de descompromisso, falta de palavra e ausência de consideração. Que me crucifiquem, mas os piores são aqueles que andam com o nome de Deus na ponta da língua — acredito que o fazem como salvo-conduto. Nada tenho contra a fé ou a religião de ninguém. No entanto, minhas últimas experiências com prestadores de serviço — todos, para ser claro, cristãos — foram desastrosas: muita conversa bonita, muita fé. Hoje já não sei se é fé de menos ou fé demais. O espírito e os ideais de Cristo só são lembrados quando adentram a igreja e durante o transe do culto. Ao saírem, despem suas vestes sagradas e partem para a batalha cotidiana, utilizando o santo nome em vão até o próximo encontro em seu templo escolhido para receber o indulto. Praticamente todos os protestantes que conheço apresentam sérios desvios de caráter. O que me conforta é saber qu...

ENTRE A LETARGIA E O CAOS: UM RAIO-X DA SOCIEDADE BRASILEIRA

Essas mobilizações devem ser cuidadosamente analisadas, na esperança de que representem o primeiro passo rumo ao amadurecimento da consciência social e política da população. Quebra-se, assim, a figura dos "salvadores da pátria", a mistura danosa entre política e religião, e celebra-se o movimento de saída da letargia dessa nação tão sacaneada, usurpada, abandonada, vilipendiada. No entanto, quando se ultrapassa a barreira da civilidade e se parte para a baderna e os saques, o movimento escancara as entranhas da sociedade. Esse é o nível de civilidade — e a clientela — com que professores, enfermeiros, médicos, policiais e outras profissões que lidam diretamente com o chamado "povão" precisam lidar. Trata-se de um público formado e engrossado por programas de distribuição de benefícios, no melhor estilo "quem quer dinheiro". Esse vandalismo é comum nas salas de aula, nas alas dos hospitais e, principalmente, nas ruas. Falo com propriedade, pois essa é a mi...