Cristo Está nas Atitudes



Por que tu? Logo tu te colocas como arauto da justiça? Se cada cabeça é um vulcão de conceitos e preconceitos, por que, pobre alma, vestes a sagrada toga de quem não pode ser questionado? Por que ofendes quem não comunga da tua visão — que pode ser tão turva quanto a água que escorre pelas valetas?

Não destiles teu ódio — dilui-o nas oitivas da palavra alheia. Percebe que o fel oferecido ao outro envenena teu próprio espírito, transformando-te em figura caricata. Não há ninguém melhor, igual ou pior que tu. De criatura vistosa num primeiro contato, tornas-te repulsiva ao longo da caminhada. Lembra-te: o pior orador é aquele que não tem o dom de ouvir.

A máscara da pseudo-religiosidade derrete no instante em que deixas de respeitar a opinião do outro. Essa criatura é até mais nociva do que os rotulados de alienados. Repetir dogmas, versículos e orações não torna ninguém dono da verdade. Que o discurso floreado, com palavras escolhidas a dedo e que soam como cânticos, esteja casado com a prática diária.

O pecador conhecedor dos preceitos de respeito, amor, compreensão, perdão e compaixão é um algoz mais perverso — pois assume a postura de inquisidor, juiz e executor.

Reflita. Zere. Recomece. Sempre é tempo de tentar ser uma pessoa melhor.

Um dos piores defeitos do ser humano é a vaidade — e ela navega calmamente entre os que se dizem espiritualizados. Cristo não vive nas palavras proferidas ao vento — algumas delas são verdadeiras flechas. Cristo está impregnado nas atitudes.

Que possamos aprender a respeitar todas as pessoas — de todos os credos, etnias, orientações e classes sociais. Somos todos irmãos imperfeitos, nadando em busca da salvação. Cada um no seu estilo, no seu ritmo. Muitos nadam, outros boiam — e alguns afundam. E estes últimos, na minha humilde opinião, são os que mais precisam de ajuda.

Que a Paz de Cristo nos acompanhe — hoje e sempre.

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