APAGAR DAS LUZES


Agora no apagar das luzes eles descobriram o problema na educação, as propagandas governamentais não retratam as escolas sucateadas, os salários defasados que afastam os melhores quadros e forçam os sobreviventes a jornadas desumanas para ter um padrão mínimo de sobrevivência, trabalhamos em condições insalubres, onde reina a insegurança, lecionamos assustados cerceados de liberdade, casos de assédio moral aos borbotões, escolas regadas a bebida, assaltos, drogas, prostituição.

Perdemos a dignidade, a sociedade não nos enxerga com bons olhos, aceitamos funções que não são da nossa alçada, nós professores licenciados atuamos na maior parte da nossa jornada como charlatões em pleno exercício ilegal profissional atuando como psicólogos, psiquiatras, médicos de família, policiais, enfermeiros, carcereiros, assistentes sociais, babás, nutricionistas, entre outras funções menos nobres. Sim meus caros exercemos todas essas atividades inclusive o papel da família, que inverte o seu papel de célula máter e incumbe a escola de domar, alimentar e criar suas feras.

Essa bomba armada no início da caminhada escolar cai no nosso colo, nós a porta de saída da educação básica recebemos um cliente analfabeto funcional empurrado goela abaixo pelo sistema de aprovação automática que não resolve efetivamente esse foço intelectual ao qual o povo brasileiro encontra-se engessado, essas pseudo fórmulas mágicas: sistema de cotas, os tristes arremedos de centros profissionais, distribuidores de diplomas disfarçados de faculdades apenas disfarçam a situação e formam profissionais que não conseguem compreender a deficiência em sua formação, e passam a divulgar erroneamente essa visão de mundo contaminada por ideologias retrógradas que recebem uma mão de verniz para continuar ludibriando e lavando o povo agora com o espírito culto para o abate.

O resultado desse estupro mental consentido com altas doses da Síndrome de Estocolmo é um caldo perigoso envolvendo religião, orientação sexual, luta de classes, apologia a drogas, desordem civil, preconceito racial, discutidos sem o menor arcabouço teórico, apenas alicerçados na cultura dos achismos.

É deprimente, ter um olho nessa terra de cego transforma o indivíduo em um pária, deslocado, incrédulo, às vezes levando a acreditar que o errado é ele por nadar contra a maré.

جواو كارلوس

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