O ANO QUE NÃO EXISTIU

Eis que nos afastamos do famigerado 2020, o ano que para os mais abastados ou para os remediados não existiu, foi o período em que as pessoas mais se aproximaram do modelo de ser humano ideal. A época que o espírito cristão, a fraternidade, a caridade afloraram por todos os rincões do mundo.

Mudanças bruscas provocadas pelo medo do desconhecido, a sombra da morte rondando sob as cabeças coroadas, dos súditos e dos vassalos trouxe um momento de reflexão coletiva, todas religiões fervilharam de adeptos em busca de um habeas corpus para apresentar no Juízo Final;

O ano que as pessoas perceberam a sua insignificância perante ao todo, durante esse ciclo o planeta terra se beneficiou dessa onda de bondade, porém ao menor sinal de cansaço do vírus, os personagens começaram a derreter, as garras reapareceram evidenciando traços primitivos da dita humanidade, acordamos em 2021 regidos pela aura do amor, da caridade, da bondade, o sonho acabou e essa corrente de energia positiva se dissipou, foi tudo apenas um sonho?

Voltamos ao velho e perverso normal, o medo da morte prematura amoleceu os corações, a menor sinal de percepção que a ameaça foi debelada, os seres angelicais retiraram as máscaras, as fantasias  e o sistema de senha voltou a funcionar, acordou novamente o mudo cão. Senhores passageiros bem vindos de volta ao escroto planeta terra, mundo de expiração, morada dos degredados, expurgo das moradas celestiais.


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