SUPLÍCIO



Ela chega sorrateira todo final da tarde, o seu start é o ocaso do sol, uma tristeza infundada, sem motivo, que insiste em se instalar em uma mente que tenta se equilibrar em um mundo cercado de pessoas traiçoeiras, invejosas, malvadas, é uma batalha que acontece na nossa mente, vencer esse embate diário debilita o corpo e o nosso espírito, esse onda de ataques imaginários a cada dia bate mais forte, e a cada boa ação um contra ataque é efetuado, o corpo começa a fraquejar e a mente entra em um conflito existencial, que busca na oração um refúgio para tentar barrar esse suplício. 

A vida perde sentido, quando morrem os sonhos, " um homem sem sonho é a mesma coisa que um doido cortando mato" se perde o prumo, é nessa hora que começamos a desistir da gente, tudo fica cinza, nublado, começamos a secar internamente, tentando manter uma casca para iludir a sociedade, é nesse momento que a casa que habitamos esse frágil habitáculo carnal começar a intensificar o seu processo de putrefação, quando esse estado vira um regra, o riso é amarelo, a amargura persiste, a letargia domina demonstrando que o tempo está chegando ao final, a hora do regresso se aproxima, vamos lentamente começando a distribuir as tralhas, recolher os pertences, despir das futilidades terrenas, crer mais no abstrato do que no concreto e esperar pacientemente a chegada do trem que nos levaram para a estação final, a tão desejada morada celestial, chegamos sós, vivemos sós e partiremos sós.

Sem mais, é o que temos para hoje.

جواو كارلوس

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