PINHEIRO 1


Nosso Pinheiro, tá tudo mudado, era tudo aberto, agora tem cerca pra todo lado, já andei muito de cavalo aí para recolher a criação lá no Mocho, cortei muita palma, levantei vaca caída, aos sábados Tio Zé na sua F 4000 era o transporte que nos levava para Arcoverde, instalava bancos na carroceria, era o nosso pau de Arara, aos domingos o destino era as Placas, durante a semana Xilili, Umburana, Fazenda de Dr. Paulo, De Chico Anísio, De Joana, muitas viagens de carroça para encher os tonéis de água nos barreiros ou pegar água nas cacimbas, um tempo bom que não volta atrás e que foi a melhor fase da minha vida.

Perambulávamos pelas ruínas da casa de Vó Liquinha, com sua celas abandonadas e suas histórias de casa mal assombrada, cortávamos o Pinheiro da casa de Miguel, passando por Tia Quitéria, Ivonete, Judite, Gilbert, às vezes esticávamos até o açude perto da casa de Lourdes, finalzinho da tarde o Porto era na Casa de Vó Zefa, um cafezinho, Cuscuz e um Xerém do milho quebrado na hora no moinho na cozinha, milho esse guardado na casa de Maria, que estava morando em Arcoverde e sua casa servia de depósito, final da noite era a hora de "se banhar" e esperar Tio Zé retirar a bateria da camionete para assistir Televisão, era mulher, homem, menino espalhado pelo chão, iluminados por candeeiro e o bom e velho lampião de Gás, logo era hora de dormir para começar tudo novamente.
Bons tempos, aproveitem, pois o tempo passa voando e quando abrimos os olhos, já está quase na hora de ir embora.

جواو كارلوس

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