E ASSIM ELAS SE FORAM
E assim passamos pela existência, tudo sem sentido, sem nexo, atos, sentimentos, projetos tudo insignificante, você é descartado e a roda continua a girar moendo seus atos, transformando em pó suas andanças por essas tortuosas veredas, o vento e o tempo apagam silenciosamente os seus vestígios, nos transformando em fulanos e sicranos pelas futuras gerações.
Você festeja o carro comprado, a graduação alcançada, a aprovação no concurso, a celebração do contrato, ontem o que era dádiva, hoje se transforma em lágrimas.
E assim elas se foram, jovens em busca da construção das suas vidas precocemente e violentamente ceifadas, a dor compartilhada com os mais próximos, será a em breve só lembrada pela família, e os planos? As datas de vencimento das contas, a preocupação com reforma de previdência, política, capitalismo e ou socialismo, as noites mal dormidas, os momentos perdidos em nome de um trabalho que de fonte de sustento, se tornou o caminho do sepulcro.
Tudo repentinamente volatizou, nos ensinando que a imortalidade não nos é inerente, apenas estamos vivos, sem objetivos, entre o passado e improvável momento futuro, vivendo em um vácuo, à deriva apenas aguardando na fila a hora da nossa senha ser chamada.
Como o velho Belchior cantava:
..."Deixemos de coisas, cuidemos da vida,
Senão chega a morte ou coisa parecida,
E nos arrasta moço sem ter visto a vida
Ou coisa parecida, ou coisa parecida,
Ou coisa parecida, aparecida.
Ou coisa parecida, ou coisa parecida"...
جواو كارلوس
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