O TEMPO, A MÁSCARA E O EU: REFLEXÕES DE UM DESLOCADO
Engraçado como essa coisa chamada tempo transmuta tudo. Sentimentos são aniquilados, muitas vezes potencializados. As decepções surgem, os defeitos começam a exalar, as certezas viram incertezas. Tudo é tão efêmero, tão sem graça. O riso forçado das pessoas — será verdadeiro? Ou apenas uma convenção para sustentar uma condição que não existe?
Sinto-me deslocado. Não sou desta era, nem deste planeta. Na verdade, nem me sinto eu. Mas o que é, verdadeiramente, o “eu”? Seria a figura aprisionada nessa roupagem chamada carne, que se desgasta e apodrece a cada dia? Ou a imagem que os outros, com suas visões deturpadas, projetam sobre nós, medindo-nos com réguas carregadas de preconceitos?
Ah, mundo cruel e hipócrita, onde a aparência prevalece sobre a essência. Triste daquele que não tem posses — está fadado ao desrespeito, por mais íntegro que seja. Mas o grande senhor, o Tempo, corrige todas essas falhas, corroendo a todos, independentemente do grau de “respeito” adquirido pelo vil metal.
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