DEVERAS


Já começo cada conversa sabendo que o teor não será relevante ou mudará o epílogo do filme" No fim a gente morre". Uma inutilidade ilustra fidedignamente a existência, descobrir cedo que a estrutura não é estática, é um organismo camaleônico, ultra adaptativo, envenena a alma, a simples compreensão que nada depende do nosso consentimento apenas da nossa participação é deveras desmotivante, o sujeito reconhece que é um pária, deslocado no tempo e no espaço, nenhum ambiente é confortável, essa vida carnal não nos pertence, as aspirações, fortunas, hordas de amigos são meramente utópicos, a existência deve ser pautada em ações que não prejudiquem o semelhante, fora isso tudo é conversa para legitimar a manutenção da ordem perversa de poucos com muito e muitos sem nada. A religião, a política, a vida em sociedade reflete bem isso, acalentando os dóceis cordeiros e forcando-os a submissão com frases de efeitos, manuais de auto ajuda e previsões messiânicas de palavras fortes e efeitos simplórios, porém acreditar é preciso. 

Essas marolas de calmaria não acalmam o turbilhão de pensamentos que paira sobre minha cabeça enquanto ser dito pensante, dúvidas pipocam sobre qual justificativa que possibilite entender a raiz de tantas injustiças, viajar, curtir, beber não resolvem apenas mascaram e escondem por pequenos instantes os problemas não consigo desligar a minha mente, não na busca de solução, porque na verdade não há, nossa passagem por essas plagas é temporã, tento entender como funciona o mecanismo que possibilita a aceitação da submissão, da negação de tomar as rédeas do seu destino.

جواو كارلوس

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