A ARAPUCA DA CONVIVÊNCIA: REFLEXÕES SOBRE RELAÇÕES HUMANAS
Só acredito em relações interpessoais entre indivíduos que se respeitam, sabem se posicionar e não tentam se impor pelo grito ou pela intimidação. Falando francamente, não vejo como manter uma convivência harmoniosa entre pessoas. Viver, por si só, é o menor dos problemas da humanidade. O verdadeiro desafio está no convívio: vaidades, inveja, incompreensão e o olhar voltado apenas para o próprio umbigo atravancam e inviabilizam qualquer tentativa de civilidade nessa arapuca bem armada chamada sociedade. Como disse brilhantemente o poeta Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja.”
Falando da vida real, e deixando de lado a utopia do amor ao próximo, nunca vi algo tão fantasioso quanto a convivência nos ambientes de trabalho, nas supostas rodas de amigos ou mesmo entre familiares. São relações superficiais, insalubres e, muitas vezes, escrotas. Considero as familiares as mais nefastas, pois introduzem a figura da chantagem emocional, que desestabiliza aqueles que ainda têm sentimentos. Não estou semeando discórdia — nem seria necessário. Na nossa chamada sociedade organizada, ela já encontrou terreno fértil. Estamos apenas colhendo os frutos.
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