O Menino e o Degrau



Sigo sem saber se errei, se deixei rastros de destruição por onde passei, se destruí sonhos, famílias... A dúvida me acompanha, e é difícil não questionar o caminho que trilhei.

No entanto, ao refletir sobre minha jornada, percebo que nunca fiz planos grandiosos. O tempo foi me carregando e me apresentando situações que fui vivendo como vieram. Nunca desejei nada de alguém; talvez essa ausência de gana, de ambição, tenha me moldado até o evento crucial que me permitiu subir um degrau — que pode ser momentâneo ou um trampolim para voos mais altos.

Esse evento mudou minha perspectiva. Vejo o mundo por outro prisma agora: menos bélico, mais justo, mais humanizado. A figura de Cristo tornou-se a pedra fundamental do renascimento desse novo homem — que não se queixa mais, que agradece, que faz sua parte e aguarda o posicionamento de Deus. Tudo acontece no tempo determinado por Ele.

Hoje, olho para trás e vejo o menino que fui se transformando neste pré-idoso. Continuo sem sonhos... ou talvez com ambos. Mas uma coisa é certa: sou grato por tudo que alcancei. E percebo que minha maior riqueza está na amizade e na confiança que encontro como porto seguro no coração dos poucos amigos — e de alguns conhecidos.

Esse é o legado do menino que só queria a presença do pai e da mãe no final da noite, em casa.

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